O que é neurodiversidade?

A ideia de neurodiversidade surgiu no final dos anos 1990 e parte de um princípio simples: não existe uma única forma “certa” de funcionar. Cada pessoa tem um cérebro único, com modos próprios de pensar, sentir e se relacionar.

Quando falamos em neurodiversidade, nos referimos a diferentes formas de funcionamento neurológico, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a dislexia, a dispraxia, entre outros. Essas condições não definem quem a pessoa é, mas fazem parte da sua experiência no mundo.

Na vida cotidiana, a neurodivergência pode trazer tanto desafios quanto potencialidades.

Entre os desafios, muitas vezes estão a dificuldade de organização, a sensibilidade a estímulos ou a necessidade de mais tempo para determinadas tarefas.

Por outro lado, muitas pessoas neurodivergentes apresentam grande criatividade, capacidade de foco intenso em áreas de interesse, visão inovadora e uma forma original de resolver problemas.

Além disso, a vida emocional também pode ser marcada por maior intensidade nos sentimentos. Pessoas neurodivergentes muitas vezes experimentam as emoções de forma mais profunda: podem se sensibilizar com facilidade, perceber nuances que passam despercebidas pelos outros e reagir de maneira mais intensa a situações de alegria, tristeza ou frustração. Essa sensibilidade, embora por vezes desafiante, também é uma fonte de empatia, autenticidade e conexão verdadeira com o mundo.

O mais importante é compreender que não se trata de “corrigir” alguém para se encaixar em padrões. A questão está em criar condições para que cada pessoa possa desenvolver estratégias para lidar com as dificuldades e, ao mesmo tempo, fortalecer suas potencialidades.

A psicoterapia pode ser um espaço privilegiado nesse processo: um lugar seguro onde a singularidade é reconhecida e acolhida, permitindo que cada pessoa encontre formas próprias de viver com mais equilíbrio, autonomia e autenticidade.