O feminino esquecido em nossa sociedade
- Eduarda Batistela
- 30 de set.
- 1 min de leitura
Atualizado: 1 de out.
Quando falamos em feminino e masculino, é comum pensarmos logo em gênero: homens de um lado, mulheres de outro. Mas, pela Psicologia Analítica, essa compreensão é mais profunda. O feminino e o masculino são estruturas arquetípicas, ou seja, forças psíquicas que existem em todo ser humano, independentemente do sexo biológico ou da identidade de gênero.
O feminino está relacionado à receptividade, à intuição, à nutrição, ao vínculo com o corpo e com os ciclos da vida. O masculino, por sua vez, liga-se à ação, à objetividade, ao movimento em direção ao mundo externo. Ambos convivem em cada pessoa e, quando estão em equilíbrio, favorecem um desenvolvimento mais integrado da personalidade.
O problema é que nossa sociedade, historicamente, valorizou de forma desproporcional o polo masculino. A racionalidade, a produtividade e o pensamento linear foram colocados acima da sensibilidade, da escuta e da experiência cíclica da vida. Com isso, o feminino foi sendo relegado ao silêncio, esquecido ou até reprimido. Esse desequilíbrio pode afetar profundamente a vida de uma pessoa, levando tanto ao adoecimento psíquico quanto ao adoecimento do corpo.
Essa perda não afeta apenas as mulheres, mas toda a coletividade. Ao nos afastarmos do feminino, deixamos de lado a possibilidade de nutrir, de respeitar os ritmos do corpo e da natureza, de acolher o mistério e a profundidade da vida interior.
Resgatar o feminino não significa rejeitar o masculino, mas sim reconhecer a importância dos dois polos em constante diálogo. Na psicoterapia, esse resgate pode ganhar espaço: é a chance de revisitar o que foi esquecido, integrar forças internas e abrir caminho para uma vida mais inteira, criativa e autêntica.






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